
Aplicativo traz novas facilidades a motoristas, mas ainda precisa corrigir alguns percursos. Fernando Calmon analisa
A tendência dos motoristas brasileiros de utilizar novas tecnologias que facilitem sua vida no trânsito pesado do dia a dia fica amplamente demonstrada pela rápida aceitação dos sistemas de navegação por GPS.
Era um acessório relativamente caro no começo, mas a introdução nos telefones inteligentes impulsionou sua utilização. Hoje, os chamados navegadores portáteis caíram em desuso.
Centrais multimídias nos veículos passaram a incluir o GPS, porém esbarraram no preço elevado e na necessidade de atualizar mapas. Mais uma vez os celulares deram sua contribuição, pois mapas digitais recebiam atualizações frequentes e sem custos.
Google Maps, Navtec (hoje, Here) e TeleAtlas (agora, TomTom) abriram novas fronteiras para traçar rotas. Permitiram ao motorista chegar a lugares onde nunca passou antes dispensando informações de terceiros ou mapas de papel.
Isso, no entanto, era insuficiente. Uma startup (empresa iniciante) israelense, batizada de Waze, deu o terceiro e decisivo passo para revolucionar o modo mais rápido e prático de chegar de um ponto a outro. Tudo graças à rede de dados móveis das operadoras telefônicas e à colaboração dos usuários do serviço.
Estes passaram a relatar problemas no trânsito, acidentes, alagamentos e a agregar informações de forma automática sobre o percurso ao simples ato de abrir o aplicativo no celular.
A empresa logo foi adquirida pelo Google, mas as duas redes continuam independentes. Pelo que se sabe, compartilham apenas dados de acidentes. Os concorrentes TomTom e Here reagiram por meio de convênios com redes controladoras de tráfego e outras informações.
Porém, só em São Paulo Waze tem 3,5 milhões de usuários, o que a torna a cidade mais conectada ao aplicativo no mundo. Se o motorista informa o final da placa, recebe caminho alternativo (quando possível) para evitar a zona de rodízio.
O engajamento dos motoristas chega a apontar mais de dois mil buracos por dia, bom roteiro para a prefeitura que desejar amenizar esse martírio.
Zonas de risco e outros problemas
De outro lado, há queixas sobre roteiros passando por locais perigosos.
André Loureiro, diretor da empresa no Brasil, informou à Coluna uma providência: “Em agosto de 2016, iniciamos um programa piloto no Rio de Janeiro onde usuários podem apontar zonas de risco de criminalidade. Nossa equipe checa as informações e alimenta os algoritmos de atualização. Aos poucos teremos roteiros alternativos e esse serviço se estenderá a outras cidades”.
Outra facilidade em falta é a integração do Waze ao Android Auto. Centrais multimídia têm telas maiores e de melhor resolução.
Feita a conexão, acaba o problema de dirigir enquanto se mexe no telefone (o que é proibido por lei) ou mesmo o de ter que fixar o smartphone no para-brisa ou no painel (prática que no Brasil, infelizmente vira chamariz a assaltos), além de aumentar a segurança na exibição da rota e facilitar acionamento de comandos.
Loureiro não pôde informar quando isso será possível.
Versão para caroneiros
O diretor do Waze confirmou, porém, que até o final do ano o programa Waze Carpool estará disponível na capital paulista.
O aplicativo poderá ser usado por quem está a pé à procura de carona solidária. O custo, calculado automaticamente, cobrirá apenas despesas de combustível. Promete tornar-se alternativa de mobilidade, diferente de serviços do tipo Uber e outros.
- Fonte: UOL CARROS /
- Autor: REDAÇÃO /
- Data: 24 maio 2017
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